domingo, 24 de julho de 2011

A ESSÊNCIA DO TRABALHO FEMININO

Imagem retirada do blog Amoo

Cada ser humano nasce com uma missão. E na maioria das vezes desempenhamos nossa missão através do trabalho. Assim, cumprimos o que viemos fazer nesta Terra e em troca, recebemos as condições financeiras necessárias para nossa vida.

Por muitos séculos, nós mulheres, fomos proibidas de lutar por nossa missão, fomos proibidas de viver nossos sonhos. Mas agora que temos este direito, a pergunta é: Qual é a nossa missão?

O trabalho hoje é tão normal na vida de uma mulher, que muitas vezes ela nem mesmo tem a oportunidade de perguntar o porquê de seu trabalho. Simplesmente terminamos o 2° grau, entramos em uma faculdade, depois procuramos um emprego.

E trabalhamos dentro de empresas criadas segundo princípios masculinos, e passamos toda a vida seguindo estes padrões que já foram testados e aprovados. Mas aprovados por quem? Pelos homens.

A verdade é que os mesmos princípios que levam o homem ao sucesso, podem levar a mulher ao fracasso.

Esta frase espanta as pessoas, mas pare e pense: Se você tem dois problemas diferentes para resolver, que partem de princípios diferentes, você usaria a mesma fórmula para resolver os dois problemas?

Homens e mulheres são diferentes. Têm valores diferentes. Têm maneiras de pensar diferentes. Têm maneiras de gerir o tempo diferentes. Têm maneiras de alcançar o sucesso diferentes.

Para uma empresa criada sob moldes masculinos, quanto mais a mulher se masculinizar, isto é, quanto mais ela trabalhar dentro dos princípios testados e aprovados pelos homens, melhor será.

Mas e para ela? Isto é bom? Temos visto mulheres que sonhavam em ser mães e desistiram do sonho por causa de um cargo que lhes ocuparia mais tempo que as tradicionais 8 horas de trabalho diário. Temos visto mulheres que mesmo com um grande sucesso profissional, acabaram se questionando e saindo do emprego para “viver a vida”. Temos visto mulheres que depois de anos de trabalho com sucesso profissional e financeiro, começaram a ter depressão “sem nenhum motivo aparente”.

Não está na hora de questionarmos o modo de trabalhar? Não está na hora de reinventar o trabalho? Não está na hora de trabalharmos por algo maior que o dinheiro que nos chega à nossa conta bancária?

A meu ver a principal diferença entre o homem e a mulher no que ser refere ao trabalho é competição x cooperação.

Lembre-se que o homem, no princípio da humanidade, era responsável pela caça. Ele saía da caverna, se expunha ao perigo, não podia ter medo, não podia ter dó do animal, não podia se colocar no lugar do outro, tinha que ser agressivo, tinha que ser competitivo. No final do dia, ou a caça ou ele estaria vivo. Desta forma, os valores masculinos foram construídos sobre o sistema ou ou, o sistema da competição.

Ao mesmo tempo, a mulher ficava na caverna protegendo os filhos. Ao contrário do homem, ela precisava ser bastante sensível a qualquer expressão do outro. Tinha que ter compaixão, se colocar no lugar do outro, colaborar para o desenvolvimento do outro. No final do dia mãe e filhos estariam bem. Desta forma, os valores femininos foram construídos sobre o sistema e, o sistema da cooperação.

Se a sociedade (inclui-se aí o mundo corporativo, administrativo, financeiro, os sistemas educacionais e religiosos) tivesse dado às mulheres desde o começo os mesmos direitos dos homens, as empresas (e tudo que entendemos de administração, finanças e marketing) teriam sido criadas por homens e mulheres.

As empresas teriam construído seus fundamentos dentro de uma visão holística, na qual masculino e feminino se integram. Os dois sistemas (o da competição e o da cooperação) teriam se fundido, de forma que hoje as relações de trabalho seriam boas tanto para homens quanto para mulheres. E as empresas conseguiriam tirar proveito do que há de melhor na competição e do que há de melhor na cooperação.


Infelizmente, a história foi cruel com as mulheres. À margem da sociedade, impedidas de estudar e, portanto de construir seus próprios conceitos, impedidas de ter independência financeira, totalmente à margem de todas as decisões empresariais e financeiras, o mundo corporativo (juntamente com o sistema educacional, o financeiro, a ciência, a religião) foi se pautando única e exclusivamente na visão masculina de mundo, a visão da competição, a visão ou ou.

Ao lutar pelo direito de estudar e trabalhar, pelo direito de ter independência financeira e principalmente, de poder realizar seus sonhos e cumprir sua missão através do trabalho, a mulher rompe barreiras sociais construídas durante milênios.

Mas ela entra em um sistema totalmente machista, que foi moldado durante milênios na visão masculina de competição. Digo que é um sistema machista porque em foi moldado de forma a excluir totalmente a mulher de todas as decisões. Agora que a mulher está ali, dentro deste sistema, o que fazer? Se adaptar?

Todas nós temos tentado nos adaptar. Tentamos ser competitivas como os homens, tentamos correr riscos como eles, nos expor como eles.

Mas chega o dia em que aquela mulherzinha ali dentro da alma nos dá o aviso: É hora de mudar. Aliás, existe um dia em que aceitar pacificamente as coisas se torna mais perigoso do que se rebelar.

Aquela mulherzinha dentro de nós, aquela que foi reprimida pelo sistema educacional machista, reprimida pelas relações de trabalho machistas, reprimida pelas religiões machistas, começa a crescer, começa a ser dona de si mesma, começa a ter voz, começa a gritar.

É neste momento que algumas mulheres começam a entrar em depressão. Outras abandonam o emprego. Algumas abandonam o marido e outras abandonam até mesmo a religião, numa tentativa de se livrar de toda a repressão ao seu eu feminino.

Mas se ela não entender o porquê de toda esta rebeldia, jamais conseguirá se libertar dos sistemas machistas.

Compreendendo que a angústia nada mais é do que a rebelião de sua fêmea interior gritando por liberdade, ela poderá encontrar formas de se desprender das amarras sociais sem se ferir e sem ferir aos que estão em volta dela.

Conseguirá ser uma ótima profissional, mas através de valores construídos sobre sua visão de mundo feminina, não se importando mais com o que ensinam os livros, as pós-graduações, as palestras e tudo o mais que a tenta fazer trabalhar sob valores masculinos.

Se não encontrar o emprego certo para se realizar como mulher, criará sua própria empresa que, muito provavelmente, não será criada para competir com outras, mas para cooperar com uma determinada causa, que na verdade só pode ser definida quando a mulher descobre qual é a sua missão na Terra.

Conseguirá ter uma vida financeira plena na qual o dinheiro não é o objetivo final, mas a conseqüência de sua dedicação a uma determinada missão. Uma vida na qual não é necessário ser a primeira, simplesmente basta ser.

Conseguirá o verdadeiro conhecimento através do sentimento e da intuição e não através do racionalismo imposto em nossas escolas.

Conseguirá uma profunda ligação com Deus, ao compreender que este deus machista que nos foi apresentado na igreja, na verdade é a versão masculinizada do Verdadeiro Deus, em quem não há distinção de pessoas.

Conseguirá viver o verdadeiro matrimônio, no qual não há hierarquia entre homem e mulher, no qual esposo e esposa são partes inseparáveis de um mesmo corpo.

Transcendendo toda a visão machista de mundo que foi criada durante milênios no nosso sistema educacional, político, religioso, corporativo, financeiro, familiar, cultural, etc, poderemos nós mulheres dizer com muita propriedade.

“Estamos neste mundo, mas não somos deste mundo, porque saímos da realidade que nos foi apresentada pela sociedade para vivenciarmos a Verdade, a Palavra de Deus que nos liberta de todos os sistemas mundanos.”

A meu ver a missão de todas as mulheres no mercado de trabalho é fazer com que este mundo no qual vivemos seja mais justo com nossas filhas, é fazer com que o feminino se liberte totalmente do masculino, para que só então os dois se unam e vivam holisticamente, tanto nas empresas, quanto nas religiões, nas escolas, etc.
Imagem retirada do blog Compostura


Dentro desta missão maior que foi destinada a todas nós que estamos hoje trabalhando, devemos perguntar a Deus qual é a nossa missão pessoal. Não podemos ter pressa de receber a resposta. A resposta simplesmente virá.

Também não podemos ter pressa e ansiedade para realizar nossa missão. As coisas simplesmente vão começar a acontecer. Basta que tomemos conhecimento de nossa missão, aceitemos com amor e nos abramos ao desconhecido, pois o caminho que iremos percorrer está sendo inventado agora. Ainda não existem manuais para nos ensinar, não temos nada criado, testado e aprovado por nós mesmas.

Somos nós que vamos criar a nova administração, o novo marketing, o novo sistema educacional, as novas religiões. Chega de tentarmos nos adaptar ao mundo masculino e chega de criar leis para adaptar o mundo masculino a nós.

Nós temos um mundo particular, o mundo feminino, que por muito tempo nos foi negado. Agora é a hora, vamos reconstruí-lo. E quando, finalmente o mundo feminino estiver bem alicerçado, chegará a hora de termos uma sociedade mais justa. Uma sociedade na qual masculino e feminino se fundem com todo respeito e reverência um ao outro.








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