domingo, 3 de julho de 2011

LIDERANÇA FEMININA INSTITUÍDA POR DEUS

imagem do blog Um pouco de história e histórias


Toda a vida ouvi milhões de frases tentando justificar biblicamente a posição superior do homem e a submissão feminina como algo imposto por Deus.

Qual não foi o meu espanto ao ler 1º de Genêsis com um pouco mais de atenção e descobrir que Deus havia dado as mesmas tarefas tanto ao homem quanto à mulher e que não fez nenhum dos dois superior ou inferior.

 Genesis capítulo 1

27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

28 E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

29 E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos ao para mantimento.

30 E a todo o animal da terra, e a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde lhes será para mantimento. E assim foi.

31 E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom, e foi a tarde e a manhã do dia sexto.


Lendo atentamente o versículo 27 percebemos que a distinção entre homem e mulher é importante enquanto questão biológica, tanto que o autor salienta: macho e fêmea os criou.

No entanto o fato de o homem (a pessoa) ser macho ou ser fêmea não estabelece nenhuma relação de hierarquia. Deus abençoou tanto ao macho quanto à fêmea e lhes deu a mesma ordem: Dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

Durante tantos anos de domínio exclusivamente masculino, não é de se admirar que nosso planeta esteja todo devastado e que a destruição da natureza tenha chegado a níveis que num futuro bem próximo poderá impedir a nossa sobrevivência aqui.

Tudo isto é fruto da desobediência à clara ordem de Deus: Dominar a terra deveria ser uma tarefa para homens e mulheres, uma tarefa feita em conjunto, com respeito à visão de mundo feminina.

Impedidas de dominar até mesmo sobre suas vidas, as mulheres foram excluídas forçadamente do plano de Deus em relação à vivência da humanidade neste planeta. Esta exclusão foi feita em nome de um machismo religioso absurdo que joga a culpa de todo o pecado da humanidade nas costas da mulher.

Relegada ao pecado, excluída das decisões, a mulher viveu sem exercer seu natural domínio sobre o mundo.

No total poder das decisões o homem exerceu domínio sobre a Terra sozinho, sob o ponto de vista masculino da competição, explorando excessivamente os recursos naturais para obtenção de riquezas.

Os prejuízos deste domínio unilateral são enormes, tanto para o planeta Terra, quanto para a humanidade no geral. Este modo de domínio “(...) produz ganhadores e perdedores e esses últimos, cada vez mais numerosos, ingressam nos exércitos dos pobres e excluídos.” (Henrique Rattner)

Acredito que se o poder da humanidade tivesse sido sempre exercido igualmente por homens e mulheres, o Planeta Terra e a Humanidade não estariam sofrendo.

O homem é competitivo. Com a tarefa de caçar, nos primórdios da humanidade, desenvolveu as qualidades força, decisão, ação, competição. A mulher é colaborativa. Com a tarefa de cuidar da prole nos primórdios da humanidade, desenvolveu as qualidades senso de justiça, equidade, amor, compreensão.

Agora imaginem um mundo dominado pela força e pela sensibilidade. Pela razão e pela intuição. Pela competição e pela colaboração. Pela decisão e pela compreensão. Pela ação e pelo amor.

Simplesmente seria um mundo justo, equilibrado, onde não haveriam ganhadores e perdedores, antes haveria uma sincronia total entre todos os seres humanos e o planeta Terra.

Neste caso, dominar sobre o planeta Terra não seria uma ação covarde como a que os homens têm feito nos últimos milênios degenerando todas as formas de vida em prol da riqueza, e sim uma ação amorosa na qual o domínio significa a compreensão da alma do outro.


Jesus ando sobre as águas - Imagem retirada do blog Caminhando com Jesus


A compreensão da natureza e o respeito a ela nos levaria a fazer uso natural de suas forças para o nosso próprio bem-estar. Quando Jesus andou sobre as águas, quando ordenou que os ventos parassem, nos mostrou claramente que todas as forças da natureza podem estar à nossa disposição e podem agir ao nosso favor, mas para isto é necessário uma intensa comunhão entre a pessoa e a Terra.

Nunca conseguiremos o domínio da natureza através da simples exploração de seus recursos. Isto é estúpido pois, assim como os negros se rebelaram com a escravidão, assim como as mulheres se rebelaram contra o patriarcalismo, e assim como todos os oprimidos se rebelam e se libertam de seus opressores, também a natureza se rebelará contra a humanidade.

Talvez a melhor palavra nem seria domínio ou sujeição como a bíblia nos traz. A melhor palavra seria liderança, pois esta palavra pressupõe uma preocupação e compreensão quanto ao sujeito que é liderado.

Portanto, a todas as mulheres que estão lendo este artigo, principalmente as evangélicas, que foram educadas para serem submissas, minha mensagem é:

Cumpramos aquilo que Deus tem nos ordenado no momento da criação. Exerçamos com alegria funções de liderança em todos os níveis de nossa vida: Em casa, na igreja, no trabalho, na escola, na sociedade.

Exerçamos esta liderança pautadas nas qualidades essenciais às mulheres: Amor, sensibilidade, intuição, colaboração. Estas qualidades estão fazendo falta ao mundo.

Precisamos ainda romper muitas barreiras, principalmente dentro das igrejas, que necessitam com urgência de aceitar que a liderança feminina é algo natural, não apenas permitido, mas também exigido por Deus.

Assim como o domínio unilateral do homem sobre a natureza tem provocado estragos imensos à natureza, dentro das religiões também se observa o mesmo. O domínio unilateral do homem nas religiões tem corrompido o evangelho, deturpado a palavra de Deus e produzido uma imagem distorcida de Deus.

Os homens pregam a humildade, mas não aceitam aprender com as mulheres; pregam a justiça, mas privam as mulheres de exercerem os dons concedidos por Deus; pregam a equidade, mas praticam o pecado da iniqüidade deliberadamente dentro das igrejas ao não aceitar que as mulheres exerçam as mesmas funções dos homens; pregam o amor ao próximo, mas são machistas; pregam a salvação pelo batismo, mas continuam a condenar a mulher batizada pelo pecado de Eva; pregam a compaixão, mas não hesitam em sobrecarregar as mulheres de ordenanças...

Estes são apenas alguns exemplos de como o domínio unilateral do homem nas religiões, deturpou a palavra de Deus.

Como conseqüência temos uma quantidade imensa de mulheres evangélicas doentes e deprimidas enquanto outras simplesmente se rebelam e deixam a igreja e em alguns casos até o próprio lar; famílias que se deterioram de um momento para o outro depois de anos dentro da igreja; descrença geral das pessoas que começam a ir na igreja apenas por ir, mas por dentro estão desconfiadas de que algo está errado...

Andar sobre as águas - Imagem retirada do blog de Marcos Monteiro Real

Assim como o homem subjugou tanto a Terra a ponto de que a vida aqui pode se tornar impossível, também no plano religioso, sugbjugou tanto a mulher em nome de Deus, que a vida espiritual dentro das igrejas está ficando impossível. Para muitas mulheres hoje, está mais fácil evoluir espiritualmente fora da igreja do que dentro dela.

Por isto nós mulheres devemos nos conscientizar da importância da liderança feminina e paulatinamente exercer esta liderança. Esta Terra só será perfeita como Deus planejou, quando homem e mulher, unirem suas visões de mundo, que são opostas mas complementares, e quando e todas as formas de poder (religioso, social, cultural, educacional, financeiro, familiar) forem exercidas igualmente por homens e mulheres.

Precisamos dar as mãos!





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