quinta-feira, 3 de maio de 2012


Continuemos a análise do versículo abaixo. No post anterior, vimos que não é permitido à mulher falar, mas que esta proibição não é feita por Deus.

Agora vamos analisar o trecho "mas estejam sujeitas, como também ordena a lei".



As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja.
1 Coríntios 14:34-35



Aqui fica bem claro que ficar calada seria um sinal de sujeição da mulher ao homem. No entanto, esta sujeição justifica-se pela lei, em outras palavras, a mulher deveria ficar calada para cumprir a lei que diz que ela deve ser sujeita ao homem. A pergunta é: Que lei?

Esta é uma pergunta simples, mas que pode ampliar significativamente seu entendimento a respeito deste versículo.

1ª hipótese

Será que aqui, Paulo está falando da lei de Moisés? Em primeiro lugar, desconheço qualquer parte da lei de Moisés em haja alguma ordem explícita para que a mulher seja sujeita ao homem. (se alguém aí souber pode me falar, eu desconheço).

Mas como não sou nenhuma doutora neste assunto, suponhamos que a lei de Moisés mande que a mulher seja sujeita ao homem. Esta lei se aplicaria a nós mulheres que fomos batizadas no nome de Jesus e salvas pela Graça de Deus?

Esta lei teria validade no Novo Testamento, visto que o próprio Paulo escreve aos Gálatas que aquele que cumprir uma parte da lei de Moisés anula o sacrifício de Cristo na cruz e passa a ser obrigado a cumprir toda a lei?

Resposta: Mesmo que haja na lei de Moisés alguma ordem para que a mulher seja sujeita ao homem, nós não mais vivemos sob o jugo pesado da lei. Vivemos na Graça que dá a todos e a todas condições de igualdade, pois Jesus desfez todas as hierarquias humanas para que o ser humano alcançasse a salvação de forma individual.

2ª hipótese

Será que havia naquela época alguma lei em Corinto que proibía as mulheres de falar ou que as ordenava a serem sujeitas ao homem?

Suponhamos que sim.

Nós brasileiras em pleno século XXI, teríamos então que cumprir uma lei coríntia do século I?

Uau... perceberam o absurdo?

Paulo ensinava que os irmãos fossem submissos às autoridades, então nada mais natural para ele do que citar uma lei de sua época ou de sua região para que fosse observada. Ele queria que as novas igrejas e a própria doutrina cristã, fossem aceitos pelos governos. Por isto seu interesse em cumprir as leis de cada região onde esteve.

Se Paulo fosse brasileiro e estivesse vivo, provavelmente estaria postando num blog qualquer o seguinte:

"As vossas mulheres tenham participação igualitária nas decisões e nos cargos das igrejas, pois não é permitido fazer distinção de qualquer natureza; mas estejam sempre em posição de igualdade como ordena a lei. E se quiserem, interroguem, aprendam e ensinem em conjunto com toda a igreja, porque é vergonhoso que apenas os homens falem e qualquer tipo de desigualdade entre homens e mulheres."


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Constituição Brasileira